11. Filosofia Grega



A filosofia ocidental surgiu na Grécia antiga no século VI a.C. e pode-se dizer que a filosofia surge como uma espécie de rompimento com a visão mítica do mundo. Enquanto os mitos se organizavam em narrações, imagens e seres particulares, a filosofia inaugurava o discurso argumentativo, abstrato e universal. Além disso, ao contrário dos autores de mitos, os filósofos gregos tentaram elaborar concepções de mundo que fossem isentas de contradições e imperfeições lógicas.

Os primeiros filósofos gregos, geralmente chamados de pré-socráticos, dedicaram-se a especulações sobre a constituição e a origem do mundo. Tales de Mileto foi o primeiro pensador que podemos chamar de filósofo. Como outros pré-socráticos, Tales dedicou-se a caracterizar o princípio ou a matéria de que é feito o mundo. Sustentou que este princípio era a água.

Após os pré-socráticos já no período clássico, a filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado - o da Grécia clássica. Nesse período, que compreende os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega conheceu seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas. Essa cidade-estado dominou a Grécia com seu poderio militar e econômico e adotando a democracia como sistema político, Atenas assistiu a um florescimento admirável das ciências e das artes. Foi esse período histórico que deu origem ao pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles.

Sócrates não deixou uma obra escrita, mas conhecemos seu pensamento através das obras de seu discípulo Platão. Este não escreveu uma obra sistemática, organizada de forma lógica e abstrata, mas sim um rico conjunto de textos em forma de diálogo, em que diferentes temas são discutidos. Os diálogos de Platão estão organizados em torno da figura central de seu mestre – Sócrates que foi condenado a morte em Atenas no ano de 399 a.C.

Após a morte de Sócrates, em 387 a.C., Platão funda a Academia em Atenas, a primeira universidade do planeta que seria fechada em 529 d.C. pelo imperador Justiniano que serve como marco para o fim da era greco-romana.

Já Aristóteles funda o Liceu em Atenas, uma escola rival da Academia de Platão no ano de 335 a.C. Aristóteles ao contrário de Platão criou uma obra sistemática e ordenada. A filosofia aristotélica cobre diversos campos do conhecimento, como a lógica, a retórica, a poética, a metafísica e as diversas ciências.

Na transição do século IV para o século III a.C., durante o período helenístico, formam-se duas escolas filosóficas cujos ensinamentos representam uma clara mudança de ênfase em relação à Academia de Platão e à escola peripatética de Aristóteles. Sua preocupação é principalmente a redenção pessoal. Tanto para Epicuro e seus seguidores como para Zenão de Cítio e demais estoicos o principal objetivo da filosofia deveria ser a obtenção da serenidade de espírito. As duas escolas também se assemelham na crença de que esse objetivo passa por uma espécie de harmonização entre o indivíduo e a natureza, mas divergem quanto à forma de se realizar essa harmonização.

Esse período inicial da filosofia é classificado como Filosofia Antiga que se estendeu até a decadência do império romano no século V d.C. dando início a Filosofia medieval.





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